POEMA DAS NUVENS

Todos são, em verdade, poetas,

Mas, veja, nunca o assumem!

É como esconder suas facetas

Em tantas formas de nuvens.

Admitir um sentimento sublime

Face aos gracejos do preconceito?

Rá! Diga lá aquele que assume

Ser pai do verso, de tê-lo feito...

E as nuvens vão alterando a forma

E os versos engavetados quedam

Eternizados na folha que lhes adorna

Forma única para sempre enredam.

Mas e daí? Ser poema de gaveta!

Não ter pai, nome e assinatura?

As nuvens se desfiam feito careta

E vão tomando sua forma futura.

Os poetas de nuvens seguem

O caminho das formas diversas

Nos versos em que se neguem

A si, ao texto, na nuvem dispersa...

Edvaldo Pereira dos Campos Netto
Enviado por Edvaldo Pereira dos Campos Netto em 06/12/2011
Código do texto: T3374694