DO ATO DE CRIAR

Sempre que o sol, incansável,

Pinta de amarelo o amanhecer.

E esse mesmo astro, incandescente,

Avermelha o entardecer.

E entre todos os tons

De amarelo e vermelho

que vivos se misturam

ao céu azul de mar...

(ou será mar azul de céu?)

- Não importa! -

Tantas outras cores se refazem,

Grandiosa obra da Criação!

O artista das telas, das letras,

não se roga, não se furta

de poder, pretensioso, também ser o criador.

Debruça-se em seu eito doce,

sentimentos inebriantes

de quem dá de si, empresta a alma...

E tira do branco puro,

versos e telas de vida e pó.

Coroa-os com o sopro único

que faz vingar, brotar, nascer...

E jubiloso, eterno, se brinda:

A criatura, o criador!

Fabiana Gusmão
Enviado por Fabiana Gusmão em 29/11/2011
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