DO ATO DE CRIAR
Sempre que o sol, incansável,
Pinta de amarelo o amanhecer.
E esse mesmo astro, incandescente,
Avermelha o entardecer.
E entre todos os tons
De amarelo e vermelho
que vivos se misturam
ao céu azul de mar...
(ou será mar azul de céu?)
- Não importa! -
Tantas outras cores se refazem,
Grandiosa obra da Criação!
O artista das telas, das letras,
não se roga, não se furta
de poder, pretensioso, também ser o criador.
Debruça-se em seu eito doce,
sentimentos inebriantes
de quem dá de si, empresta a alma...
E tira do branco puro,
versos e telas de vida e pó.
Coroa-os com o sopro único
que faz vingar, brotar, nascer...
E jubiloso, eterno, se brinda:
A criatura, o criador!