pura poesia
de tudo o que foi dito
a cada palavra
uma lágrima desesperada
caía
estraçalhada
espalhada na pia
o espelho embassado
aflito
apenas refletia
a casa em silencio
impávida
assistia
teus tapas de luva
solenes
teus golpes de faca
perenes
confusa
com calma
me rasgavas a blusa
ferias a minha dor
insana
insensata
enquanto o meu sangue desatado
escorria
pela minha alma
tudo bravata
pura poesia