LÁ FORA, A CHUVA...
Chove lá fora.
Chove no sonho, chove na hora.
Esquecida a noite chora
Perdida do seu luar.
Vem amor! Volta comigo!
Vamos depressa nos deitar.
Que o tempo não pára, nem dorme
E a chuva demora a passar.
Parou!
A chuva, talvez!
Que o amor é imparável.
Eu não sei quem o fez,
Nem esse alguém se irá acusar.
Por vergonha ou humildade
Mas com a certeza da verdade
É o amor não existir, nem acabar.
E se a chuva voltar,
Vou sair, vou gritar,
Vou correr para o teu corpo
Que é fogo a queimar.
Não direi que te amo,
Não seria correcto mentir.
Direi apenas quanto te quero
E depois de te amar, fugir...
10 de Janeiro 1994