Pró-meças

à musa da Névoa

Moldar-te-ei ainda, viajosa Névoa,

posto que és névoa e nada maleável.

Mesmo contraditória, és amável,

mesmo sendo de carne é de névoa.

Se és de paradoxo e neve quente,

se és de iceberg e ver-de-mar,

ainda assim me serve ao cantar

e servirá melhor experiente.

Não ruja agora quando inscipiente,

não quero notas roucas no futuro.

Tirar-te-ei de um estágio bruto

e elevarei ao solo transcendente.

Minha missão (eterna campanha e luta

para moldar a musa à pureza)

paira pela incerteza da certeza

de ser quase eterna a labuta

de viajosidar-se a si matar-se

condicionariamente à imortal.

Há tal bondade neste auto-mal

que cato-te no ato de catar-se.

Enig-mal das tuas estrelinhas

que costuram os céus mais viajosos...

Não sei se tais mistérios são gozosos

mas decifrá-los-ei nas entrelinhas.

Dija Darkdija
Enviado por Dija Darkdija em 15/11/2011
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