A MINHA DOR
A minha Dor ri-se de mim ás gargalhadas.
Sente-se feliz, a malvada!
E salta, e canta, e dança,
E convida-me a mim para dançar
Pois sabe que não o posso recusar.
Porque ela está em mim, porque somos só um.
Porque ela me pertence e eu pertenço-lhe a ela.
E dançamos os dois a balada dos infelizes,
E rodopiamos ligeiros num frenesim crescente,
Certos do nosso amor, do nosso casamento eterno,
Que nem a morte pode destruir!
15 de Dezembro 1991