poema simples
Pedaços de mim sem endereço voam
vão aos montes
e voltam
mexem-se, cantam e calam
fragmentos de mim sem moradia
vão, voam aos montes
e ficam...
nadam, afogam-se e calam
nascem de dentro pra fora
e não vem
e se chegam calam....
tem as palavras gosto
tem as silabas gosto
e não falam...
a poesia mais bela é a que ainda não escrevi
o caminho mais longo é o que ainda não percorri
a chuva mais refrescante é a que ainda não caiu
e mesmo assim não falam
não dizem, nem explicam...
e o que sobra de mim mesmo em silêncio diz
porque o que sobra de mim não se limita
mas eu me despedaço, me perco
eu me acho e me deixo
e esses pedaços de mim sem endereço procuram por certezas ilusórias
que os resto de mim ignora...
e se sigo assim nessa bagunça de ser um pouco de mim