poema simples

Pedaços de mim sem endereço voam

vão aos montes

e voltam

mexem-se, cantam e calam

fragmentos de mim sem moradia

vão, voam aos montes

e ficam...

nadam, afogam-se e calam

nascem de dentro pra fora

e não vem

e se chegam calam....

tem as palavras gosto

tem as silabas gosto

e não falam...

a poesia mais bela é a que ainda não escrevi

o caminho mais longo é o que ainda não percorri

a chuva mais refrescante é a que ainda não caiu

e mesmo assim não falam

não dizem, nem explicam...

e o que sobra de mim mesmo em silêncio diz

porque o que sobra de mim não se limita

mas eu me despedaço, me perco

eu me acho e me deixo

e esses pedaços de mim sem endereço procuram por certezas ilusórias

que os resto de mim ignora...

e se sigo assim nessa bagunça de ser um pouco de mim

antiquark
Enviado por antiquark em 03/11/2011
Reeditado em 05/10/2022
Código do texto: T3314402
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