Talabada
O poeta além de suicida,
pois troca com os poemas a vida,
ainda por cima é ladrão. Desgraçado
o poeta, é sim assim ou não?
É o que rugem os ventos de protesto
na testa do meu ouvido: um manifesto.
O poeta se suicida, o poema vive.
A poeta rouba a inspiração da musa,
A musa se imortaliza, ele não revive.
Eis o B.O. poético no confessionário dos versos:
Afanou a inspiração, um pedaço da alma (com calma).
Contento? Não, com tento, um pouco ainda do tempo.
Roubou a inspiração com um suspiro e as almas
cúmplices: duas meninas dos olhos.
"Meu sinhô, iar roubar o principar na morar, pra morar feliz-ar
no céu dos poemar. Mar num deu. Os home-desprezo chegô.
Me apagô, ôÔ! apagô tudo, versô, sô, só o pó que restô!"
Pó párá cupó aê. Pó pô.... e agora, mô sinhô, o que será que será???
Que era que num foi que desfoi enquanto sendo e acendo o ser, que é.
Assim foi o poeta roubar da musa-principal o isto segundo que ninguém sabe
mais ten-emos. Lá-flur. Lámur-ia. Num foi. O polícia-desprezo prendeu.
Quando o poeta-mufina-orfeu menos viu, tudo (de olhos fechados) morreu.
O que sobrou? Uma talabada: Eu.
Dija Darkdija