Neutralidade momentânea
Uma vacuidade psicológica
Emerge no ponto cego
Do meu olhar nauseante
Ao fixar a ontológica
Inquietação em que nego
Todo o passado – nesse instante!
Passa-se o tempo (imperceptível)
Na claridade artificial
Que alumia o cômodo.
E o nada, o factível,
O porvir existencial
É um frio incômodo.
Os nervos saltam para o mundo
Fenomênico através dos meios sensíveis
(Estímulos confusos);
Nesse método fecundo
Encontro-me perdido nas incompreensíveis
Redes de neurônios obtusos.
E sentado, na estática mesa,
Onde incidem os quanta de luz,
Deixo fruir a psicografia.
Absorto – na pseudotristeza –
(Mal herdado da cruz?)
Escrevo a neutralidade do dia.
Outubro/2011