Neutralidade momentânea

Uma vacuidade psicológica

Emerge no ponto cego

Do meu olhar nauseante

Ao fixar a ontológica

Inquietação em que nego

Todo o passado – nesse instante!

Passa-se o tempo (imperceptível)

Na claridade artificial

Que alumia o cômodo.

E o nada, o factível,

O porvir existencial

É um frio incômodo.

Os nervos saltam para o mundo

Fenomênico através dos meios sensíveis

(Estímulos confusos);

Nesse método fecundo

Encontro-me perdido nas incompreensíveis

Redes de neurônios obtusos.

E sentado, na estática mesa,

Onde incidem os quanta de luz,

Deixo fruir a psicografia.

Absorto – na pseudotristeza –

(Mal herdado da cruz?)

Escrevo a neutralidade do dia.

Outubro/2011

Marcell Diniz
Enviado por Marcell Diniz em 23/10/2011
Código do texto: T3293995
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