Bolero.

Apagaram-se as luzes desta ribalta,

silenciou-se a voz bonita do cantor...

E do vinho que me prende à noite alta

resta um gole, pra afogar a minha dor.

Ah, que mágoa é esta que me fere tanto?

Que destino de chorar por um qualquer...

Que nostálgico e descarrilhado pranto...

O castigo por ser teimosa mulher!

E enquanto eu sofro, agarrada a uma taça,

eu sei que sofres, escorado num balcão...

Toda a tormenta, por toda nossa desgraça,

que foi plantada na covardia de um não...

Amanhã estarás preso em outros braços,

e eu também pegarei rumos à deriva...

Restará só a saudade dos abraços

e a paixão, ardendo sempre em chama viva.

Tu farás juras de amor para alguém,

dirás que ama, mas não será verdade...

O mesmo erro cometerei também,

nos perderemos, porque eu fui covarde.

E enquanto eu sofro, agarrada a uma taça,

eu sei que sofres, escorado num balcão...

Toda a tormenta, por toda nossa desgraça,

que foi plantada na covardia de um não...

Mad Just
Enviado por Mad Just em 19/10/2011
Código do texto: T3285060
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.