*
*
*



Salgueiro chorão
teus braços pendem
tocam o chão
teus galhos vergam
quando o vento é vilão
crianças vêm rasgar
parte de tuas ramas
o vento castiga e te joga
prá lá, para aqui e acolá
ainda dizem que és
a árvore do azar
tuas folhas delicadas
o sol implacável
muitas vezes as reduz a pó 
ah salgueiro, como choras!
posso te abraçar pois sei que,
como eu, és árvore forte
de raízes firmes
na beira do rio, ou perto do mar
nas avenidas a contrastar
com espigões e fumaça
és árvore de embelezar
no meio do bosque
não importa o lugar
verde claro salgueiro
que mesmo vergando
não és de quebrar
sou como tu, salgueiro querido
posso no solo as mãos encravar,
pés mchucar, lágrimas verter
mas é assim como és
que quero continuar
a dançar, a lutar a viver

*
*
*





Autoria da imagem não localizada