Um Outro Ângulo de Visão
São quatro da manhã,
O sono desabrigou e obrigou-me a pensar...
Mudar a tática é preciso,
Um novo sorriso reiventar.
Dormir para quê?
Descanso meus pés sobre a cama
e teclo a poesia...
O peito anda com defeito,
Mas nada que o tempo não dê um jeito de consertar.
Toda uma rotina presa na retina.
Durmo em outro quarto e escrevo no computador emprestado
da casa que me abriga... Aqui ainda tenho abraços de acolhida.
Longe de casa tudo muda...E não falo só do espaço, nem da mobília.
Falo dos hábitos e dê uma outra forma de enxergar a vida.
De me olhar num espelho que não seja o meu.
Aqui também tem um galo que canta,
Também é primavera...
Eis que percebo que toda casa tem portas e janelas,
assim como eu...
E a insônia pode parecer ser a mesma, mas não é.
Olho minha mala no canto daquela parede, que não é a minha
e ainda assim me abriga...
O que sou além dos poucos pertences que trouxe comigo nessa
viagem de última hora?
Não me importa se a mala não voltar comigo...
Já não sei se quero ir de volta...
Antes do sol começar a brilhar, ainda resta uma estrela dando sua
luz sem nada cobrar.
Os anjos recolhem uma a uma... Mas aquela não quer descansar.
Pra ela dou um bom dia e agradeço a lição, que ela acaba de me ensinar.