... No entanto...

Uma carta de amor

Jogada na lareira;

Relações a consumirem-se

Em seu túmulo carbônico;

Inseticídios em jardins comuns

A cumprirem a lei da natureza

Aos olhos indiferentes

De qualquer um;

O passar do calendário

Soterrando quaisquer

Esperanças nutridas

Ao longo dos... Tempos...;

Sanidades findas

E enclausuradas

Em paredes

E tarjas pretas;

Projetos de vida

Estrangulados

Pela ausência

Dos meios de realização;

Toda uma educação

Corroída pelo atrativo

Glamour de vícios

Suportados socialmente;

Todos os esforços

Para bem viver,

Para viver dignamente

E, no entanto, morres;

Todas essas evidências

E ainda acreditas

Na utopia oca

Da eternidade?

(Danclads Lins de Andrade).

Danclads
Enviado por Danclads em 26/09/2011
Código do texto: T3242114
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