SOBRE A POESIA LIVRE

Escrevo meus versos em finas

filigranas; esqueço rimas e regras,

para que o poema nasça livre,

em todo o seu esplendor, sem

algozes, que possam vir a castrar,

a liberdade que lhe assiste.

Estímulo figuras de estilo, como

se desenhasse um belo quadro,

onde a cor possa fluir, como em

águas amenas, na verdade de cada

coisa, que emerge, ante meus

olhos, como algo concreto, em si

mesmo, pelo que me é dado a ver.

Jardins existem, porque o são,

e porque as flores sabem bem,

que dependem do sol, para florir.

E é tudo tão natural, que a palavra,

se comove e se transcende,

sem correntes, que a aprisionem,

nos claustros indómitos do olvido.

Heras sobre heras, crescem nas

paredes (eis a sua realidade fulcral),

assim como as ervas daninhas,

ocupando espaços abandonados.

Se uma sombra impera nos muros,

caiados, e um gato de si distraído,

leva a sombra consigo, assim

é, porque tem de ser, e o verso não

cala, e se revela em toda a sua

autenticidade. Porque o poema não

tem grilhetas, que desvirtuem

a semente, do que nasce para ser.

Jorge Humberto

25/09/11

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 25/09/2011
Código do texto: T3240102
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