CENDAL

Na década de sessenta , de um estreito atalho entre os séculos de um olíva dourado e um perfume vulgar jasmim ouço, vindo do futuro próximo, engrenagens velozes. Trituram silvos, filigranas e marulhados. Desarranjam prateados buquês de gotículas garoadas sufocando atmosféricos.Entre um ligeiro cendal de nuvens passantes e um céu diesel carregado belas aves escapolem o vôo de aquarelas diluídas para se engaiolarem em gigantescos mármores frios, fumes e digitais. Lá as crianças brincam, choram, riem, adormecem e nunca são felizes. Apenas sonham amarelaços de um horizonte onde as infinitas rodovias apagaram passos e construíram cidades, encruzilhadas e uma rua de contra-mão única cortando o centro de um futuro de tantas saudades.