Delírios de Outono

Do ser amado ao amador

As formas de amor se iludem

Na mistura equivocada da servidão

Algemando a alma no único sorriso

Na ingratidão do ser não esquecido

No amado desejado

No amador distraído

E o amor assim se torna único

Tão profundamente rejeitado

E profanamente sentido

E o amor assim se sai

Nas plumas negras a levitar

Nos passos tortuosos e embriagados

Lado a lado o amador e o ser amado

A aguardar, talvez, um outono.

Uma madrugada sem sono

E um adeus silencioso no peito

Ao sol de uma tarde vermelha

Genival Silva
Enviado por Genival Silva em 01/09/2011
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