Delírios de Outono
Do ser amado ao amador
As formas de amor se iludem
Na mistura equivocada da servidão
Algemando a alma no único sorriso
Na ingratidão do ser não esquecido
No amado desejado
No amador distraído
E o amor assim se torna único
Tão profundamente rejeitado
E profanamente sentido
E o amor assim se sai
Nas plumas negras a levitar
Nos passos tortuosos e embriagados
Lado a lado o amador e o ser amado
A aguardar, talvez, um outono.
Uma madrugada sem sono
E um adeus silencioso no peito
Ao sol de uma tarde vermelha