Quarto Copo
Que saudade senti da minha melancolia
Invadindo-me a manhã, a casa, o rosto, a poesia.
Que saudade senti dos poemas que nascem nessas linhas
Percorrendo o mesmo caminho sem fim da falta de sentido dessa escrita.
Que saudade senti da alegria que vem sozinha
Sem os mesmos motivos convencionais, ela ilumina.
Melancolia, poema, alegria
Não se rendem a fatos ou amores.
Vem e vão
Quando querem,
Trazem o que bem entendem,
Contornam os cantos da mobília,
Atravessam a sala, passam pela cozinha,
Transportam pedaços dos momentos que depois do quarto copo;
Desfazem-se.
Para no dia seguinte,
Retornarem.
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