A Língua

Ah! Minha santinha,

Se entre desejos,

De ardentes beijos,

Sua língua

Se mistura com a minha

Como em overloque

Finalizando o choque

De paixões inebriantes

De ternos namorados, amantes.

Nem tão santa, nem pecaminosa,

É essa sua boca ditosa,

Pelos beijos que quis,

Pelo que me diz

Em gestos de amor.

E sem pudor,

Beijos no meio da rua,

Como se sentisse nua,

Imaginando os outros sua língua,

Morrendo à mingua

Dentro da minha boca,

Num gesto de ternura,

Apesar da maldade deles,

Da crueldade de muitos

De nos condenar sem rancor

Pela tênue menção de paixão.

Deixa-me sentir o sabor

Da língua com gosto de amor.