TUA BOCA, MINHA BOCA

Desejar tua boca

pareceu um delito

tu te esquivas sorrateira

sem entender meu fascínio

meu intento de conquista

Adentrar teus olhos

tuas faces róseas

os lábios dulces

diz não saber beijar.

O brilho de tua pele

ofusca meus olhos

bate e reflete em meu coração

faz soar mais forte que um martelo

a boca fremente, a sede eterna

se esconde.

Ofegante

deixa-se desnudar

estou em meio a teus cabelos ruivos

perto do colo

sentindo o cheiro de tua caixinha de amor.

Sussurro em tua orelha

nada quero falar

apenas notar

tua febre, teu desajeito

teu arfar, teu arrepio

sentir teus seios frementes

tal qual gatinhos matreiros

tu que nunca soubeste amar.

Mas a boca evasiva

é a marca da volúpia

o escarlate do baton manchado

topo o corpo de um torpor molhado

atrai o meu como um ímã

como se eu nada soubesse

tu me ensinas

a amar, a amar, amar.

Joel de Sá
Enviado por Joel de Sá em 19/08/2011
Código do texto: T3170523
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