DÚVIDA

Desavisadamente azuis
têm sido estas manhãs do desapego.
Tão despojadas e tão insensatas,
que me causam dúvidas: terei, eu, afinal, te amado?
Ou terei apenas compreendido o sutil detalhe
que ficou da essência da paixão?
Se assim foi, como posso explicar
esse desconforto que restou
ao ver a cama vazia,
a mancha de baton na xícara de café,
a toalha no chão do banheiro,
o silêncio?

Nelson Eduardo Klafke
Enviado por Nelson Eduardo Klafke em 20/07/2011
Reeditado em 26/05/2013
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