Deus dá asa...
Deixar abater-se
Ave sem rumo.
Sem um destino certo
Perdeu a direção da vida.
Seu olhar empalidece
As feições do mundo
Na tristeza que carrega.
É o peso da fraqueza
O fardo da tua sina.
Sente o frio do abandono
E se abandona em desalento.
Frágil ave esquecida
Em uma cova espremida
Nos braços da solidão.
Insiste nessa dor imensa
Esquecendo das horas intensas
Em que voaste nas asas do sol.
E agora nesse arrebol
Se deixa abater por fim.
Levanta-te pálida ave!
Alça e realça seu vôo embotado.
Ao vento devolve a melodia.
Canta bem alto
No alto dos montes.
Planando em mar aberto
Abra seu peito para o infinito!