SER POETA

Seu estado pueril d'alma

É infinito que não se acalma,

Entre rebuliço de pensamentos

O canto de encantamentos.

Também é um fingidor pateta

Um pensador de meia tigela,

Quando entoa a alma doutros

E eleva a voz ao céu como poucos.

Escrever na alma com a pena

E ser poeta, é só genuína pureza,

Sentir emoções tremendamente

Com o coração verdadeiramente.

Ser poeta, é sentir a dor

Como quem sente sofrimento,

Ser imenso criador!

Tudo por amor com sentimento.

É pai trovador de cantigas

Menestrel pateta sentimental

Como um bobo das poesias…

É ser poeta comum provençal.

É sonhador no cantar sincero

Fazer da palavra verso…

Queixar-se do que o inquieta

Falar de esqueletos do poeta.

Ser poeta, é ler no revolto mar

O sal que a vida espuma no ar,

Trechos de submundos nas ondas

peixes com versos nas bolhas.

Mas ninguém é poeta

Se o vero não se acerca,

A esperança é quando a chama

Incendeia o fogo que ama.

E o poeta tem sempre razão

Quando diz que ama sofrendo,

Porque só tem amor no coração

E não sabe viver, senão morrendo.

Taliesin
Enviado por Taliesin em 14/07/2011
Reeditado em 14/07/2011
Código do texto: T3095333
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.