SER POETA
Seu estado pueril d'alma
É infinito que não se acalma,
Entre rebuliço de pensamentos
O canto de encantamentos.
Também é um fingidor pateta
Um pensador de meia tigela,
Quando entoa a alma doutros
E eleva a voz ao céu como poucos.
Escrever na alma com a pena
E ser poeta, é só genuína pureza,
Sentir emoções tremendamente
Com o coração verdadeiramente.
Ser poeta, é sentir a dor
Como quem sente sofrimento,
Ser imenso criador!
Tudo por amor com sentimento.
É pai trovador de cantigas
Menestrel pateta sentimental
Como um bobo das poesias…
É ser poeta comum provençal.
É sonhador no cantar sincero
Fazer da palavra verso…
Queixar-se do que o inquieta
Falar de esqueletos do poeta.
Ser poeta, é ler no revolto mar
O sal que a vida espuma no ar,
Trechos de submundos nas ondas
peixes com versos nas bolhas.
Mas ninguém é poeta
Se o vero não se acerca,
A esperança é quando a chama
Incendeia o fogo que ama.
E o poeta tem sempre razão
Quando diz que ama sofrendo,
Porque só tem amor no coração
E não sabe viver, senão morrendo.