Nevoeiro
Nem tarde, nem noite,
nem cedo, nem dia,
apenas presente nos dentes do açoite,
a hora nefasta, ainda virá.
Qual bicho em corrente, começa rugir
e nesse vazio da incógnita espera,
eterno e lento se faz o momento,
nada parece real, nem lume mais há,
nem mesmo um acalanto.
Mas surge na luneta do tempo,
a certeza do desenho cinzento,
o horizonte incerto ainda é vasto,
e eu cismando, de mim para comigo,
começo a preparar as velas, é preciso singrar.