Nevoeiro

Nem tarde, nem noite,

nem cedo, nem dia,

apenas presente nos dentes do açoite,

a hora nefasta, ainda virá.

Qual bicho em corrente, começa rugir

e nesse vazio da incógnita espera,

eterno e lento se faz o momento,

nada parece real, nem lume mais há,

nem mesmo um acalanto.

Mas surge na luneta do tempo,

a certeza do desenho cinzento,

o horizonte incerto ainda é vasto,

e eu cismando, de mim para comigo,

começo a preparar as velas, é preciso singrar.

Marçal Filho
Enviado por Marçal Filho em 30/06/2011
Reeditado em 05/08/2015
Código do texto: T3067508
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