Que pretendem os murmúrios deste tempo?
Acovardar-me para o recuo?
Endurecer-me a alma,
arrancando a brisa?
Preparar-me para a batalha,
sugando-me a ternura,
tirando-me o brilho das manhãs?
Encorajar-me para uma luta,
recheada de hipocrisias,
ausentando-me do Amor,
negando-me a dádiva?

Que saiba este tempo
e seus temerores,
que, em tempos de horrores,
minh'alma voa, por sobre as montanhas
e, lá, por longo tempo, vive
para retornar plena (pequena?)
engrandecida
como, diante do sol, põe-se o luar,
repleta de vontade de ser e estar.

Não me tirarão a doçura,
Não me matarão a ternura.
Ouso, a cada instante,
Bravejo e sorrio
puro silêncio absoluto,
em afago aos corações
que amam,
em apelo
por paciência e espera,
Enquanto o véu não se levantar
(e cair).
Otelice Soares
Enviado por Otelice Soares em 23/06/2011
Reeditado em 23/06/2011
Código do texto: T3053124