Andarilho

O coração bate devagar

Com a ânsia da alma que não quer mais sofrer

Num suspiro escondendo um pesar infinito

De um mundo vazio

As ruas escuras cegam os passos

De um andarilho cansado

Sem desejo algum

Perdido em si mesmo

Um buraco no peito

Que sangra sem hesitar

Lembranças cortantes

Perfurando a esperança

A lágrima derradeira cessa a meia noite

Quando fantasmas do passado se vão

O sono entorpece a angústia

Por um breve instante a paz mergulha

Num mar de hipocrisia e amargura

Sobre ondas de mentiras

O frio o incomoda

Um arrepio o desperta

Imagens antigas gritam

E aquilo que mais teme volta a matá-lo

Outra vez

Pouco a pouco

Como um condenado

Que não conhece a salvação

Um agouro sombrio

Cerca seus olhos

Estático ser

De pés descalços e discórdia na mente

Atravessa um deserto

Miséria.

Desespero.

Tudo outra vez...

Queila Dias
Enviado por Queila Dias em 22/06/2011
Código do texto: T3050306
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.