talvez aquela fosse a última carta
numa investida de sobreviver
(quimeras) pétalas de rosas sobre asfalto
no frio de almas solitárias
encantamento, esquecimento,
talvez....quem sabe um último grito ?
desabraçar o próprio corpo
e num abraço
jamais vemos o outro rosto
enquanto as folhas doentes despencam
embaladas pela gelada tarde
pela chuva fria assustadoramente virótica
enquanto carros passam respingando agua suja
em sonhos lactantes....
talvez , aquela fosse a última carta
última frase
última palavra
deixada no silencio do papel dobrado
entre as maõs do tempo
entre o entrar na vida
e aguardar mais tempo
sem imaginar
sem sequer ousar
ser eterno...
talvez fosse um último grito
talvez seja um primeiro som
talvez seja simplesmente talvez
para cada um de nós...