Alma de Poeta

E nessa ilusão mal amada,

Poesia a flor da pele,

Desejo em ser cobiçada,

Palavras ao vento leve.

Tornando sonhos em mágoas,

Curando dores esquecidas,

Revelando ardentes águas,

Criticando a realidade vivida.

Castelos de frases de efeito,

Areia de densidade fugaz,

Pensamentos nem sempre lisonjeiros,

De uma alma firme e audaz.

Não aguarda que todos aceitem,

O que, pronto, está a escrever.

Espera, desde sempre, a fornalha,

Dos que pouco entendem o dizer.

É um andarilho sem rumo,

Um solitário entre o povo.

É um masoquista do mundo,

Caído, pensa, escreve, de novo.

Seja o amor um devaneio,

Uma amargura sua razão,

Seja o lamurio seu esteio,

Seja a dor o seu perdão.

Estará lá sempre o poeta,

Pensando e escrevendo de alma aberta.

Não importa se torpe ou limpo,

Seja a mente que te afeta.

No limiar entre a benção e o pecado,

Na fé de que suas palavras um dia sirvam,

A um coração já desgastado,

Por atitudes que agridam.

Num mundo amargurado,

Pelo torpor da enganação,

És a esperança, Oh humilde poeta,

De salvar um coração!

Yuri Lucchesi
Enviado por Yuri Lucchesi em 08/06/2011
Código do texto: T3022439
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