A Quebra da Bolsa de Valores de Nova York
O bom cabrito
Nunca é o que mais berra
Não enfrenta o conflito
É ali que ele emperra
O americano
Nunca fica atrás do pano
Julga ser dono do mundo
E para isso pisa fundo
Século vinte
Ele não se fez de ouvinte
Fez mil filmes com Carlito
Nos seus carros pôs apito
É a euforia
Um país que se alumia
Nunca vai perder sossego
Nunca vai ver desemprego
Mas o salário
De quem é o operário
Não acompanha a produção
Vive sempre sem um tostão
E o dólar
Na Inglaterra fez seu lar
Mesmo sendo país paterno
Deu fim ao mercado externo
E a Bolsa
Que não era nem de louça
Um estojo de dinheiro
Com a grana do mundo inteiro
E o aventureiro
Ali virou um empreiteiro
A fortuna que era seu sonho
Fez-se pesadelo tristonho
No ano 29
Quem o mundo pensa que move
Como se em um levante
Viu tombar aquele gigante
É a Quebra
Que ninguém nunca celebra
E que nunca virou postal
Quebrou a capital do capital
E o presidente
Para não se mostrar descrente
Apresentou Nova Proposta
Do New Deal fez uma aposta
E a economia
Já não era tão vazia
Mas economia que não se encerra
Só se faz com outra guerra