Quase nunca explico

Ninguém pode saber a dor que carrego comigo.

Os momentos mais perfeitos

Os momentos mais seguros

São dentro do onibus a caminho da escola,

Vendo a vida passar,

Ora rápido,

Ora devagar,

A vida passa sem cessar.

Ninguém pode saber a dimensão da dor que carrego comigo.

Penso,

Me perco nos instantes

Lembro-me das estantes,

Dos retratos que estáticos não significam nada,

Não refletem o passado aprisionado na memória,

É meu, sou somente eu.

Carrengando os restos que me deixam.

Pensando nos rostos que me substituem

Nos sentimentos alheios.

E os meus eu ignoro

Finjo que esqueço ou não me lembro.

Ninguém pode saber a imensidão da dor que carrego comigo.

Amigo,

Nada conheço sobre verdades e abismos.

Os momentos mais perfeitos

Estão em deixar a vida passar.

E a dor me faz lembrar que as pessoas são o legado da miséria desse mundo.

Faço parte disso tudo, me distâncio do concreto,

Elevei-me demais para saltar...

Naiara ls
Enviado por Naiara ls em 02/06/2011
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