ROTA 174
Com os olhos de fera, respira ofegante
Sem sentido vaga, dos seus limites além
Pensamentos ruins, de um dia distante
Em que fora vítima, como outras, também
Redimir-se da sua condição de errante
Por imposição excluído, pensa.
Capitulado em algum estudo elitista
Como homem não ! Como serpente.
Passageiros do rota 174
Personagens de um tétrico teatro
Marionetes de um sistema falido
Manipulados por uma fera em crise
No encerramento da tétrica peça
Choram lágrimas de tristeza e dor
Silêncio. Lentamente tudo acontece
Desespero, a orquestra sinistra ri
Um grito de dor
Da fera errante um grito distante
A platéia aplaude inconsciente
Um abraço forte, cai ao chão.
Um último suspiro.
Um adeus fortuito. À vida eterna
A platéia ri hilária. Aplaude
Adeus, inronia maldita. À eterna morte
Um silêncio profundo
Um grito agudo se distancia,
Cada vez mais
As feras espreitam a hora de atacar
Encerra-se a cena do tétrico teatro
Próxima cena...
Feras a solta
Na rota 174 !!