A noite, mãe dos enamorados
Pálido o dia diante da noite,
Aos poucos as sombras,
Viram escuridão.
As vestes rubras,
Escondidas na cegueira,
Dos mantos da noite,
Mas ainda sinto o beijo tocar meus lábios.
Como um doce fruto de primavera,
Exalando o todo seu teor.
Mais a noite acabara de despertar,
Nascer para os amantes da Lua,
Diante dos versos mudos,
A grandeza de um céu estrelado.
Do outro lado do frio e escuro mundo,
Existirá alguém amando as estrelas como eu?
Desejando provar todos os beijos,
Da mulher de sóis nos olhos.
Ela sussura em meus ouvidos,
As doces palavras de quem ama,
E eu apenas me alimento de sua face.
Pálida como o dia encoberto pela noite,
Suave como o primeiro orvalho da manhã.
Aos poucos o dia amanhece,
E suas rubras vestes se revelam,
Assim como suas formas,
Mas todas as estrelas já adormeceram,
E nós,
Esperamos o silêncio da noite,
Para que possamos estar-mos a sós,
Banhados pela lua,
E pelo amor dos que em algum lugar,
Nos observam.