Poema que veio...
Ouvi um poema soprado ao vento,
Eram como as ondas;
Afastando-se mais nunca deixando de tentar voltar...
Ecos de nadas e tudo, ressonância de nossos egos.
Eram como os ventos que nos acariciam,
Tocando suas notas dissonantes,
Tocando nossos ouvidos nos tornando apaixonados.
A flecha do culpido lançada,
Abraçada pelo coração dos amantes.
Como a caricia de enamorados,
Essência de tenra e pura saudade.
Instantes para serem guardados,
Para não ficarem esquecidos, nem nunca o serão...
Ficarão guardados em minha memória,
Esperando outras linhas que um dia escreverei.
Um quadro da miragem do deserto,
Onde todos queriam estar,
Confortando a mente para poder seguirmos.
Era um lindo poema, falava da realidade,
Mais tão belamente, que sonhávamos acordados,
Pensávamos ser o poema, linha por linha.
Letra por letra, ponto por ponto...
E nosso escritor nos fazia sangrar com sua caneta,
Marcava-nos, como tatuagem escrita pela vida.
Onde sempre miramos os olhos.
Para sabermos que um dia nos tocaram,
Com firmeza e um amor nunca visto,
Com palavras que não precisaram ser ditas.
Allan Ribeiro Fraga