Tua Senhora, (Na ótica do poema "Em que mesmo pensam aqueles olhos" de Tânia Menezes)

Teus olhos resguardados de mim

Tão perfumados quanto à aurora

Ditam pensamentos sem fim

Nos versos do agora

Perdidos dentro do instante

Imerso na madrugada

A palavra concomitante

Tem sua forma transfigurada

O que me dizem os olhos teus

No simples espaço das tuas pálpebras

Serás um semi-deus,

Ou apenas me apavoras?

Quando me olhas em mistério

Plenamente consumido pelo pecado

Sou um ato de adultério

Compromissada com o acaso

Se teus olhos me escondem os pensamentos

Minha afronta te amedronta as horas

És mistérios dos meus tormentos

Sou onde moras

És chamado de tempo,

E eu de tua Senhora.

SARA GONÇALVES
Enviado por SARA GONÇALVES em 21/05/2011
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