Tua Senhora, (Na ótica do poema "Em que mesmo pensam aqueles olhos" de Tânia Menezes)
Teus olhos resguardados de mim
Tão perfumados quanto à aurora
Ditam pensamentos sem fim
Nos versos do agora
Perdidos dentro do instante
Imerso na madrugada
A palavra concomitante
Tem sua forma transfigurada
O que me dizem os olhos teus
No simples espaço das tuas pálpebras
Serás um semi-deus,
Ou apenas me apavoras?
Quando me olhas em mistério
Plenamente consumido pelo pecado
Sou um ato de adultério
Compromissada com o acaso
Se teus olhos me escondem os pensamentos
Minha afronta te amedronta as horas
És mistérios dos meus tormentos
Sou onde moras
És chamado de tempo,
E eu de tua Senhora.