QUE AINDA NAMORA A LUA

SÁ DE FREITAS

Quem dera eu encontrasse alguém,

Que sonhasse o mesmo sonho meu,

Cantasse, como eu, a mesma canção de vida,

Em ritmo de paz;

Ouvisse, como ouço,

Solfejos de sonho, no sussurrar da brisa!

Ah! Se alguém viesse comigo,

Sentir o primeiro beijo do sol,

Numa manhã virgem de tristeza

E pródiga de paz!

Mas quem virá ficar com um poeta,

Que sonha sem precisar dormir?

Que deseja alcançar apenas uma inspiração?

Que, em delírio, vê o mundo como um paraíso?

Que deseja amar e ser amado,

Mais do que o amor exige?

Ninguém virá perto de um poeta

Que ainda namora a lua

E sonha com as estrelas;

Que sente no amor,

Algo mais que a passageira satisfação

De seus desejos...

Que ainda ama à moda antiga,

Quando um simples beijo

Representava a felicidade,

De receber e de transmitir,

A paixão contida no silêncio da alma.

Samuel Freitas de Oliveira

Avaré-SP-Brasil

Sá de Freitas
Enviado por Sá de Freitas em 17/05/2011
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