"QUASE PERFEITO"...

a parei pelo isolamento da rua para observar a mim,e os poemas de tantos transeuntes,corpos sem estradas,coca colas,mares e marés ,olhos e tantas outras coisas,pátios da faculdade,discipulos em honra,cultivos de perfeição?


no canto da rua , sobre o bueiro um rato morto,(ratão) ufa !qual terá sido sua verdade , quem terá sido seu algoz ? enquanto lá adiante na vitrine da linda padaria,bolos ,doces,caldas,coberturas,cores, duro é ve-los e não poder come-los....


em compensação, na banca de jornal , tantas revistas, palavras cruzadas,livros,cartões postais,óh!obsoleta no gatilho da antiguidade aprecio o palpável , o cheiro do papel novo,curiosidades dos artigos impressos,receitas ,culinária,ervas,(CURA TUDO),a isso é uma ordem pra mim, assumir o mundão velho, a barba de noé, o bigodão do rasputim,lendários tempos onde cara feia era o grande susto das crianças ...


e armas só existiam penduradas nas paredes, a velha cadeira de balanço da vovó ainda faz o ranger ser ouvido em meu reciclar,são lembranças mal acabadas num índice, numa dedicatória onde escrevíamos :para-----dedico esse------ AH! tempos e tempo,num relance da rua isolada,a procurar por mim,num deitar na colcha de algodão branco que minha mãe lavava na bacia, abaixada, na biquinha do quintal,não existia sabão em pó , nem amaciante,e como a colcha ficava tão impecávelmente limpa , alva e cheirosa ?

o varal alto ao sol amigo,a boneca de anil...era engraçado ver aquela água tão azul,e fazer bolinhas de sabão com canudo de mamoeiro,eu adoro (até hoje brinco disso )aquelas bolhas lindas ,coloridas tão universais e instantaneamente efêmeras... hum ! acho que hoje é um dia diferente, parei para procurar por mim,em meio arvores solitárias a me olhar,mas......


uma sensação de prazer , de conquista ,de justiça, de uma narrativa franca onde em algum momento fui protagonista num desfiar de lembranças,circunstancias espalhadas na memória,um corpo vagante pela rua vaga ,e não hÁ para quem acenar...

o céu cinza,e atrás dele vem outros...alvoroço de pássaros ao fim da tarde. mas não me enganei . a rua tinha respostas o tempo é sábio epílogo de mais um dia onde volto á casa comigo,num reciclar de poemas outonais,trago uma coca cola já quente, não importa,o que é importante é a quentura da vida , indelével momento onde sinto o amor por mim quase perfeito...


e mereço ser muito feliz com a vida de mãos dadas,olhando os olhos da esperança, caminhando em direção á porta ,tiro do bolso um pequeno espelho, na claridade da tarde quase finda, observo rugas em meu rosto. respiro fundo, olho o céu, sorrio, digo : prazer em te-las , sejam bem vindas,sejam muito bem vindas.




olguinha costa
Enviado por olguinha costa em 04/05/2011
Reeditado em 18/04/2013
Código do texto: T2949848
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.