MAIS QUE PERFEITO
Anda ao meu lado soturno temor
De nunca mais voltar a ver-te,
Do vento que me arrebatara a flor
E que de partir não pude deter-te.
Vaga a intensa e ignava ilusão
Nas noites isoladas de tua querença,
Nos frêmitos badalos, badalam em vão,
Por não mais badalar tua presença.
E esta dor donde não sei ter vindo
Que me expunge acerbo golpe no peito
Avultara a tortura no tempo infindo,
No tempo do verbo mais que perfeito.
Nossos corpos valsando no sonho adejam,
Nossas vidas enleadas por um sentimento
E por cima das nuvens as bocas se beijam
Presas ao desejo e a um pensamento.
E as vezes o sonho de tanto se repetir,
Pode cessar na mente, pode exalar,
Como a fumaça perder-se ao fulgir,
Como as nuvens sob o sol, sobre o mar.
(YEHORAM)