Dança

Saltara

Da correria-da-rua

Para sua home sweet home

E deparara-se

Com aquela maravilha...

Não havia música,

Mas ela dançava

Regida por seu MP4.

Seu corpo esguio,

Longilíneo,

Elástico,

Plástico,

Alvo,

Simulava um floco

De neve

Que rodopiava,

Bailava, cadenciando

O ritmo

Em passos suaves

E firmes... No ar...

Delicadeza e força

Para deleite

Do pasmo,

Para gáudio

Da surpresa...

Ela nem dava acordo

De sua presença

E naquele momento,

Para ambos,

Só a dança existia...

Nada mais havia...

Só a dança

Rompera o dia,

Dividindo

A um só golpe

As vinte-e-quatro-horas

Torturantes.

A rotina fora decapitada;

As preocupações

Dissolveram-se no ar...

O dia estava quebrado...

E ele continuava ali

Estático, admirado

A admirar

O que a beleza

Pode fazer:

Um instante

De eternidade

Na fugacidade

Do tempo...

(Danclads Lins de Andrade).

Danclads
Enviado por Danclads em 03/05/2011
Reeditado em 13/08/2011
Código do texto: T2947572
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