O PORQUÊ DAS COISAS
O dia está triste e quer chorar,
E vem a tarde já muito cansada
Na verdade para a consolar
E logo de uma lançada
Vêm a noite logo a gritar.
E o vento fala ao céu,
Como paredes de tristeza
E a rua com seu véu
Vem linda, em beleza.
E o calor já se convenceu
Que o frio é uma tristeza.
E nas estradas do sofrimento,
Lá vem morrer a tristeza
Mas aquelas paragens de vento
São bicicletas de moleza,
Como camas de cimento
A gritar e sem defesa.
E o mar dança bailando,
Nas ondas inteligentes do dia
Enquanto os rios vão cantando
Outras partes sem alegria
E no coração da saudade
Lá vai uma guitarra da verdade.
LUÍS COSTA
15 De Fevereiro de 2006