O PORQUÊ DAS COISAS

O dia está triste e quer chorar,

E vem a tarde já muito cansada

Na verdade para a consolar

E logo de uma lançada

Vêm a noite logo a gritar.

E o vento fala ao céu,

Como paredes de tristeza

E a rua com seu véu

Vem linda, em beleza.

E o calor já se convenceu

Que o frio é uma tristeza.

E nas estradas do sofrimento,

Lá vem morrer a tristeza

Mas aquelas paragens de vento

São bicicletas de moleza,

Como camas de cimento

A gritar e sem defesa.

E o mar dança bailando,

Nas ondas inteligentes do dia

Enquanto os rios vão cantando

Outras partes sem alegria

E no coração da saudade

Lá vai uma guitarra da verdade.

LUÍS COSTA

15 De Fevereiro de 2006

TÓLU
Enviado por TÓLU em 03/05/2011
Reeditado em 03/10/2016
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