SANGUE AZUL (Góticos)

Que força é esta que corre em minhas veias?

E como fosse num emaranhado de teias,

Vem tecendo a minha breve loucura,

Na vida que me desgasta, mas deixa-me mais pura!

Na transfusão do meu pecado para o livramento,

Deixo de ser a mulher em julgamento...,

Caí em grande torpor de alucinação,

Não sou mais humana entre a luz e a escuridão.

Lá do infinito solto um grito na exatidão morta,

Entro na ausência da piedade que não te conforta,

E deixo morna a cicatriz que me corroeu,

No livre arbítrio de quem me escolheu.

Pálpebras deste tempo ido, lacrimejavam a tristeza brava,

E neste meu sangue azul que não mais me trava,

Qual escolheu minha livre e indecisa existência,

Agora alimenta sem saber, os meus desejos sem penitência.

Setedados
Enviado por Setedados em 28/04/2011
Reeditado em 15/08/2011
Código do texto: T2936817
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