SANGUE AZUL (Góticos)
Que força é esta que corre em minhas veias?
E como fosse num emaranhado de teias,
Vem tecendo a minha breve loucura,
Na vida que me desgasta, mas deixa-me mais pura!
Na transfusão do meu pecado para o livramento,
Deixo de ser a mulher em julgamento...,
Caí em grande torpor de alucinação,
Não sou mais humana entre a luz e a escuridão.
Lá do infinito solto um grito na exatidão morta,
Entro na ausência da piedade que não te conforta,
E deixo morna a cicatriz que me corroeu,
No livre arbítrio de quem me escolheu.
Pálpebras deste tempo ido, lacrimejavam a tristeza brava,
E neste meu sangue azul que não mais me trava,
Qual escolheu minha livre e indecisa existência,
Agora alimenta sem saber, os meus desejos sem penitência.