Asilado

Sôfrego olhar busca a janela
Clamante segue uma estrada
Que corre muito além dela.
Procura a infância risonha
E os sonhos que ela encarnava.
Clemente essa voz sussurra
Ditosa canção antiga
Que vai se esvaindo perdida
E já ninguém quase escuta;
Piedosas mãos nem se erguem,
E souberam tantos desvelos
Agora se unem sozinhas;
Infância, sonho e alegria
Carregados pelo tempo.
Hoje, esperança era o momento
E a visita que ele traria.
Segue a cantiga em lamento
Rugas dor e sofrimento
Exílio...asilo... moradia.