O rufar do gozo.

A alma humana se irmana ao anoitecer,

quando as estrelas desnudam seu corpo,

e o tempo vira criança pra brincar sem parar,

sem parar.

A alma humana se engana toda hora,

erra o caminho, faz besteira como ninguém

troca as cores, engasga nos amores, fica dela mesma refém.

dela mesma refém.

A alma humana tem entradas e saídas que esconde de todos,

tem atalhos que ela mesma acoberta,

tem remendos que sempre viveram entrincheirados nos seus porões,

em todos seus porões.

A alma humana se engasga no seu próprio suor,

fica de quatro diante do nada, é quebradiça, areia movediça,

esquece o que aprendeu sempre, não se curva diante de nada,

é infeliz como sempre quis,

como sempre quis.

Mas um dia decide revirar este pó, atirar fora este musgo,

mandar embora o que tanto lhe fez mal desde sempre,

desde sempre.

A alma humana pega então aquelas rédeas surradas e roucas que

não deixavam voar, não permitiam sonhar,

e grita com todos seus poros: chega! Não dá mais!

Então o que jazia perdido, banido e renegado,

começa a cantar como jamais se ouviu nesta vida,

como jamais se ouviu nesta vida.

Começa a dançar para todo canto, para que todos vejam ao mesmo tempo, para que todos se libertem ao mesmo rufar do seu gozo.

Um gozo de peito aberto, sorriso franco e abraço cordial.

Então a alma humana finalmente encontrará a sua paz.

E todos nós também.

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Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 10/04/2011
Código do texto: T2900135
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