Meridiano
Em seu habitat
A palavra descansa...
Insular e destacada...
O papel deseja o lápis,
Fálico que transbordará
Sobre a folha branca
Arrancando a palavra
De sua inércia inicial...
Então ela se mistura
A outras num cosmopolitismo
Promíscuo...
Entra em contubérnio,
Gera frases, orações,
Engravida-se de verbos
E ascende, sempre mais alto,
Até alcançar o nirvana,
Transmudando-se em versos...
(Danclads Lins de Andrade).