Cova Ferida

É de bom tamanho,

Esse sorriso falso,

É triste e largo,

Como uma dor profunda.

É um anjo pálido,

De tanta descida,

Estava mais calmo,

Quando estava em vida.

Terra miserável,

De tênues defuntos.

Acende teu cigarro podre,

Coma suas crueldades nessa boca suja.

O estranho enterro da quimera,

Um doce beijo da morte,

O formidável adeus,

Das esquecidas feridas da sorte.

Na escuridão da vida,

Dorme uma luz,

Quase que perdida,

Linda, quando percebida.

Na lama de estradas vida,

Surgem céus vazios,

Fenece estrelas frias,

Desperta o triste dia.

É cova pequena,

Para muito pecado,

É uma dor que cresce,

No fim do dia.

Era um desejo,

uma fantasia,

Uma cova invisível,

Para minha poesia.

Uma cova triste,

Para muita alegria,

Uma fé que morre,

No fim da romaria.

Pablo Diego
Enviado por Pablo Diego em 04/04/2011
Reeditado em 01/05/2011
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