CONHECIDOS COLIBRIS
CONHECIDOS COLIBRIS
Quantos colibris a me torturar
Preso nessas saudades sutis
Onde devaneios me elevam
Acima do solo cheio de pegadas leves.
As flores atraem os colibris
Mas o seu batom,
Não mancha minha camisa
Me fazendo acorrentando aos seus olhos
Esqueço as chaves dos grilhões
E nunca me dou uma estrada
Para tocar o meu caminhão
Com um frete de sentimentos.
Faço sinais no chão
Para não pisa-lo em
Próximos futuros sonhados.
Não fumo para não me deixar envolver em espirais
Apenas a nicotina da saudade a impregnar.
Minhas linhas da mão frustraram a cigana
Talvez ela tenha visto
O seu próprio destino
E não arriscou um palpite, uma previsão.
Por isso não jogo confetes
Em revoada de colibris
Para não desorienta-los.
Já são conhecidos colibris
Trazem no bico a sede
E nas asas o barulho da vida.
São os conhecidos colibris.
Di Camargo, 03/04/2011