12 QUATRO BICHOS DA CASA

EM CASA HÁ QUATRO ANIMAIS:

O cão sempre vigilante se põe a latir por qualquer barulho estranho.

Se alguém se aproxima de qualquer pessoa, ele ciumento, acha ruim.

O gato siamês faz o gênero ‘não estou nem aí’.

O que ele quer é uma boa noitada

E de dia um lugar ao sol para descansar

A siamesa toma conta de seu espaço.

Está sempre pronta para atacar quem ameace sua prole

ou tenta tomar seu lugar.

Pérola, a filha dos gatos, é pura infantilidade.

A vida não passa de pura brincadeira.

É só correr atrás de bolinha de papel,

Tirar coisas das gavetas que estão entreabertas

E à tarde aproveitar o sol que ilumina o parapeito da janela.

Formando um quinteto agora,

Apareceu um velhaco, um angorá

Foi meio tímido até conseguir seu espaço.

O que ele quer é só os privilégios:

Um bocado de ração,

um lugar para descansar

e um pouco de carinho.

Isto lhe basta.

Foge na primeira oportunidade.

Não quer saber de cativeiro,

Quer só cativar.

LIBERDADE é tudo,

o resto é só migalhas.

Aprendo com esta bicharada:

Estamos prontos para guardar o quê é nosso;

Gostamos de uma hora para nada fazer;

Temos nosso lado infantil e queremos brincar;

Somos carentes e quaremos carinho;

AMAMOS AMAR,

GOSTAMOS AINDA MAIS DE NOSSA LIBERDADE.

GENTE TAMBÉM É BICHO!

Leonardo Lisbôa,

Barbacena, 18/07/1998.

POEMA 17 - CADERNO: TRANSMUTAÇÃO.

Nardo Leo Lisbôa
Enviado por Nardo Leo Lisbôa em 31/03/2011
Reeditado em 25/10/2016
Código do texto: T2881376
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