Uma Estadia

Uma Estadia

De volta ao sonho,

Chega primavera,

Época de sorrisos fracos,

De gritos roucos.

Pessoas de rútilo,

Mais no fundo sou paz,

Em pleno carnaval,

Sou samba impessoal.

Terra estranha,

Na rua solitária encontro caminhos curtos,

Sonho com uma flor suja,

O abrigo é distância de cores cruas.

Preciso de uma capa,

Chove sem parar,

Caem lágrimas de uma angústia,

Toalha apaga manchas puras.

A máscara faz o mundo me conhecer,

Sou intrépido, sujo, sem cor.

Sociedade de porcos,

Comunidade mansa do odor.

Ando com passos trêmulos,

Falo o dialeto sangue,

Respiro dor,

Sinto desprezo eterno.

A viagem acaba numa esquina escura,

Minhas feridas são curadas,

Os estrangeiros são cuspidos,

Negro sonho do pó.

Pablo Diego
Enviado por Pablo Diego em 23/03/2011
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