SENHORA SAUDADE
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No frio palco do meu viver ela
Vem as minhas utopias furtar,
Traveste-se de astutas esperanças,
Invade as persianas da minha janela,
E em espectros adentra sem pedir licença ...
E ali em zombarias faz iludir uma alma que
Clama, que chora por histórias vividas,
Dramas, romances, paixões perdidas;
Uma porta aberta de ilusões
Sem saber se é pra rir ou chorar.
Ah, senhora saudade...
Maldita é a maquiagem que teu rosto disfarça,
Maldita é as tuas frias mãos, que descomunais
Perpassam meus dias, maldita é a tua boca
Que faz jazer um corpo que cambaleia na
Espera de acertar.
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