Sinos e Silêncios


Ouço o vento nos sinos da janela.
Serão presságios? O vento virá?
Talvez fosse melhor me recolher,
me deitar, me entregar ao sono...
Por quem espero?
Nem há fumaça no horizonte,
nem telegrama, nem carta,
nem aceno, nem zumbido no ouvido,
nada! silêncio.///
Breve breve tudo vai parar,
acenderei as luminárias da floresta,
e tu colocarás o colar de estrelas
no pescoço do infinito.
E novamente, o silêncio.
A janela deixa entrar o perfume
de maresia... é o mar chegando.
Carmem R. Dias

Eco para Sinos e Silêncios de Carmen Regina Dias

Se os sinos da janela dão sinais,
Vento atreve-se e vem por ela.
Sutil como a leveza das roupas finas
Que quase não balançam nos varais.

Por quem o coração descompassa?
Imenso como é, vive em quimera.
Quem sabe é no silêncio que ele acena?
Recosta o corpo cansado e espera;

Repara no colar de estrelas ofertado
Que um momento é bem que não se mede,
Quando o amor viaja sereno ao teu aceno,
Trazendo as cartas como prêmio conquistado.

O perfume poderá ser do mar - telegrama
Venha de onde for, como se fosse o dono,
Poderá ser do monte – sinal de fumaça
Ele acenderá as luminárias a iluminar teu sono.
Sônia Prazeres