Adélia Prado e...

Com licença poética

Quando nasci um anjo esbelto,

desses que tocam trombeta, anunciou:

vai carregar bandeira.

Cargo muito pesado pra mulher,

esta espécie ainda envergonhada.

Aceito os subterfúgios que me cabem,

sem precisar mentir.

Não sou tão feia que não possa casar,

acho o Rio de Janeiro uma beleza e

ora sim, ora não, creio em parto sem dor.

Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.

Inauguro linhagens, fundo reinos

-- dor não é amargura.

Minha tristeza não tem pedigree,

já a minha vontade de alegria,

sua raiz vai ao meu mil avô.

Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.

Mulher é desdobrável. Eu sou.

Adélia Prado

-Procurando a imagem que me tocasse ,achei Frida Kahlo como as bonecas russas.Perfeito!

Frida se desdobrou e tanto ! Para mim representa o ser mulher e ser desdobrável:força e mistério!

Maria Neusa em março de 2011

maria neusa
Enviado por maria neusa em 16/03/2011
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