LAMENTO

Com as mãos em conchas,

pousou-as sobre o ouvido

para escutar a voz do vento.

Ouviu apenas o lamento

de palavras perdidas,

sofridas, em desalento,

um eco distante,

feito voz de sereia

sussurrando ao vento.

E as palavras queriam

virar poema, mas

a brisa, em silêncio,

dizia que era tempo de se calar.

E os versos ficaram mudos.

E o poeta, tateando no escuro,

sentiu sua inspiração

se esfumar feito bruma.

E ficou a contemplar

palavras nuas que

se dissolviam no ar

qual nuvens de espuma.

Nessa noite,

escura como breu,

o poeta se perdeu.

E palavras tristes, soltas, ao léu,

como estrelas cadentes,

riscaram lágrimas pelo céu...

(poema inspirado no belo poema PALAVRAS AO VENTO, da poetisa HLUNA)

José de Castro
Enviado por José de Castro em 14/03/2011
Código do texto: T2848014
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